ALGUNS QUESTIONAMENTOS
Em virtude das manifestações de rua que ocorrem no país desde junho do ano passado, cuja característica principal era o descontentamento da população com o governo e a corrupção, e que se transformaram por “forças ocultas” em movimentos violentos, depredação do patrimônio, agressão às forças policiais, cabem alguns questionamentos?
1. Por quê o governo aguardou quase um ano para tomar medidas efetivas contra esses grupos, se é que vai tomá-las, já que desde a distorção das manifestações iniciais ocorreram mortes e feridos tanto na população quanto nas forças policiais.
2. Por qual motivo se esperou a morte de um membro da imprensa para que a presidente e outros oportunistas políticos, venham em ano eleitoral, manifestar-se no sentido de afirmar que desejam coibir e punir todo tipo de manifestação que contrarie a ordem pública, em especial as formas mais agressivas. É de estranhar que pessoas anteriormente envolvidas em assaltos, ataques a bancos, sequestros, lançamento de bombas contra unidades militares, assassinatos, venham agora criticar e querer punir os que os imitam.Por quê atualmente deve ser passivo de punição e antes não? Acaso a liberdade que reivindicavam em nome de “democracia” é diferente da que hoje reivindica o povo? Certamente a população insatisfeita não é essa que provoca tumulto patrocinado em todas manifestações ou reuniões populares.
3. Segundo noticiário da imprensa, no caso do jornalista-fotógrafo morto no RJ, por um rojão atirado por manifestante, o mesmo receberia,assim como outros, cento e cinquenta reais de mesada, para atuarem de forma violenta em manifestações. Quem patrocina isso? Quem paga essas pessoas? Estão ligados de alguma forma ao governo? Essas ações tem a intenção de assustar a população que verdadeiramente deseja manifestar-se contra atos que considera equivocados dos governantes? Possuem essa ações uma segunda intenção, como a de através dessas ações negativas, conseguir-se pela comoção a aprovação de legislação punitiva e repressiva que bloqueio os verdadeiros anseios de manifestação social? Estamos vivendo situação de um facismo disfarçado?
4. Outra questão é o corporativismo da imprensa brasileira que pretende colocar-se acima da lei. Todo profissional de linha de frente, seja repórter, médico, policial,soldado, bombeiro, etc. sabe que está sujeito ao risco de vida inerente à profissão e à exposição em situação de conflito. É lamentável que a perda de uma vida, de um pai de família, sirva de esteio para apoiar interesses corporativistas de grupos, sejam eles quais forem. O fotógrafo, não foi o único filho ou pai de família que deixou sua vida no campo dos confrontos. Sua vida é valiosa,sim, mas deve possuir o mesmo valor que a de qualquer outro cidadão. A lei precisa proteger a todos, sem discriminação, para que não haja alguém para quem a lei seja mais legal que para outro. Deve haver justiça e punição de acordo com o crime, mas, sem privilegiar quem quer que seja e sem que se use uma morte, sempre muito dolorosa para a família, sem que se explore essa vítima e os seus, para promover outros interesses que não sejam os de uma justiça igualitária. Concordar com certas propostas políticas, no meio da comoção, com o apoio da “imprensa”, pode significar assinar um cheque em branco para a caminhada ao estado de exceção,de restrição da liberdade, do pensamento, da livre manifestação. Pode ser o primeiro passo para um regime de autoritarismo, de imposições de derrocada da verdadeira democracia.
5. Entre tantas mentiras desavenças, volto a falar também do “Mais Médicos”, iniciou a debandada? Como pode o governo brasileiro ser conivente e apoiar um procedimento abjeto de exploração de mão de obra, de escravização profissional, de coação aos seus familiares? Ninguém vê isso? Porque o Senado Nacional não toma nenhuma medida frente a essas atitudes que violam francamente direitos trabalhistas e a própria Constituição do Brasil? Porque não convocam esses profissionais a depor no Senado, com garantias, para que a nação toda saiba o que realmente ocorre, sem subterfúgios ou manipulação de dados? Vinte e dois já debandaram, quantos mais? Será preciso que morra também algum médico cubano, ou que o governo ditatorial castrista puna algum, ou retalie um familiar, que caia no conhecimento público, para que algo seja feito? É inadmissível o que acontece hoje no Brasil.
6. Podemos investir e construir portos e estradas no exterior quando aqui mesmo tudo anda se acabando?
7. Como pode uma copa de futebol, meramente comercial, conseguir dos políticos brasileiros a abertura de exceção que beneficia a FIFA, entidade particular, contra interesses nacionais? Um exemplo? A feira de arte do Mineirinho em BH, existe há pelo menos 14 anos, trazendo o trabalho artístico e cultural dos artesões mineiros, fica impedida de funcionar a partir de março por não atender aos interesses da FIFA. A copa não deveria trazer benefícios ao cidadão brasileiro? Não seria exatamente a oportunidade da copa o momento de mostrar a arte de Minas para o turista ver? São inúmeras questões sem resposta, muita cortina de fumaça, muita obra inconclusa ou parcialmente conclusa, numa clara demonstração de fazer vista para turista estrangeiro.
Muitas são os questionamentos, poucas ou superficiais as respostas. Insegurança, saúde sucateada, criminalidade em alta, autoridades públicas omissas, estradas ruins, educação em crise, transporte urbano em crise, entre tantas outras mazelas.
Ano eleitoral, muita propaganda, muito discurso, muita controvérsia, uma imensidão de impostos, muito desperdício de verbas públicas, prioridades orçamentárias equivocadas, parcos resultados para a sociedade brasileira, configuram o atual painel. Sobram perguntas, faltam respostas.
O carnaval está chegando...
slrm – 12fevereiro2014
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